Se tem uma coisa que todo piloto de drone, seja ele experiente ou não, deve ficar atendo é nas condições climáticas em que vai voar. Ignorar isso pode ser fatal para seu drone e pode causar, acidentes, perdas, danos ou até mesmo um fly away (quando o equipamento vai embora e não responder aos comandos do piloto). Para evitar a perda do drone muitos fabricantes já trazem nas especificações a resistência a ventos do equipamento, e na hora de voar você deve ficar atento a essa informações. Veja abaixo as dicas do que não fazer em dias ou locais com muito vendo.
Escala de Beaufort
Quando você entra aqui no site para conferir as especificações de um drone certamente você verá o nível de resistência a vento que drone tem. Esse nível/resistência serve para indicar qual a velocidade máxima do vento suportada pelo drone em questão, e isso não deve ser deixar de lado, o vento pode atrapalhar tanto a decolagem, pouso, controle do drone ou fazer com que os rotores trabalhem acima do normal para vencer uma ventania ou rajada de vento, aumentando drasticamente as chances de acidentes com a aeronave.
Drone leve x drone pesado
Algumas fabricantes tem investido em drones mais leves e compactos, que facilita o transporte como é o caso do DJI Mini, Zino Mini Pro, DJI Tello e por aí vai. Mas a grande questão em relação a esses drones ultraleves (que pesam menos de 250 gramas) é qual a resistência a ventos desses drones? Para o drone ter resistência a ventos é necessário um conjunto de fatores, como o peso, giro do motor tamanho das hélices etc. Um DJI Spark por exemplo, tem resistência a vento de nível 4 ou seja até 28km/h, já um drone como o Autel Evo II, tem resistência a vento de nível 8 (até 74km/h), certamente um Spark voando nas condições de um EVO II seria levado pelos ventos com facilidade e o piloto obviamente não controlaria o drone. Muitos usuários se decepcionaram com o DJI Mini pelo fato do mesmo não resistir a rajadas de vento em ambiente de praia ou campo aberto, locais onde as rajadas de ventos são mais fortes. Por isso antes de comprar um drone ultraleve pense se o mesmo atenderá suas necessidades.
Voar a favor ou contra o vento?
O vento sempre foi uma das maiores preocupações da aviação e não é diferente com os drones. O movimento do ar devido as diferentes gradientes de pressão, pode mudar a qualquer momento trazendo rajadas de ventos imprevisíveis perto da água ou inclinações íngremes. À medida que aumenta, o vento influencia o meio ambiente. E em velocidades mais altas, demonstra grande força. Cada drone reage de uma maneira diferente ao vento, e existe diretrizes claras pelas fabricantes que ajuda o piloto a decidir quando voar ou não, vento muito forte significa decolagem e pousos mais imprevisíveis e desafios para controlar o drone muito maiores.
Quando o drone voa a favor do vento ou seja segue a mesma direção, a tendência é que o drone tenha uma velocidade muito maior do que o normal, é como se o drone fosse levado com mais facilidade pelos ventos, já que segue a mesma direção. O grande problema nesse caso é quando o drone tem que voar contra o vento (na direção contrária ou com ventos na lateral), além de forçar os rotores a trabalharem mais para conseguir uma certa velocidade, a aeronave terá dificuldade em se mover aumentando o consumo da bateria e diminuindo o tempo de voo e dependendo da distância o drone pode não ter bateria suficiente para voltar. Por isso o cuidado deve ser redobrados para aeronaves ultraleves pois a resistência a ventos desses modelos é muito inferior a um drone mais pesado e maior. Evite fazer voos long range (longo alcance) em locais com ventos acima do suportado por sua aeronave e tome muito cuidado ao voar em locais com torres de transmissão, edifícios, pedreiras, etc, a influência do vento pode jogar o drone contra esses obstáculos.
Evitando problemas durante o voo
Evite voar em dias de chuva: dias de chuva a tendência é de ventos mais fortes devidos as movimentações das massas de ar, consequentemente o vento mudará de direção e força de maneira mais intensa e que pode pegar o piloto de surpresa.
Evite altas altitudes: a movimentação dos ventos em terra é diferente da movimentação em ambientes de alta altitude, por exemplo: enquanto em terra você pode estar sentindo um vento de nível 2, subir a 500 metros ou mais você pode enfrentar ventos mais intensos e a descida do drone pode ser imprevisível.
Drone desliza no ar: se ao levantar voo, o drone ao invés de pairar ele começar a deslizar para um lado ou outro, você deve evitar voar nesse dia devido a intensidade do vendo que está influenciando na estabilidade do drone.
Verifique a velocidade do vento: existe vários aplicativos e sites na internet que medem a velocidade do vento exatamente no local onde você quer voar, um dos mais conhecidos é o weather.com. Aplicativos como DJI Go por exemplo, também já trazem informações sobre a influência dos ventos no drone.
Evite voar longas distâncias: como já foi dito anteriormente, o drone enfrentará problemas em voar contra o vento ou recebendo vendo na lateral, o que irá aumentar o consumo de bateria para manter a estabilidade e velocidade, e dependendo da distância o drone pode não ter bateria suficiente para voltar.
Estude o local de voo: antes de voar, verifique se no local há pedreiras, torres, edifícios ou qualquer outra coisa que possa atrapalhar o drone caso ele entre em FailSafe (quando perder sinal), e configure sempre a altura certa do RTH. Evite também voar em modo ATT em dias de muito vento.
Pedreiras e Canyon: atenção redobrada aqui, esses tipos de locais são traiçoeiros neste tipo de ambiente qualquer vento na lateral pode jogar seu drone contra o penhasco, é muito comum nesses locais o vendo bater nas pedreiras com mais intensidade.
Decolagem, pouso e gimbal: tome cuidado na hora de decolar, se o drone subir na vertical evite voar neste dia, o mesmo vale para pousos, devido a ação do vento forte é comum a descida do drone ser mais brusca e pode danificar a aeronave ou o gimbal. Outro detalhe importante é que voar contra o vento pode danificar o gimbal, pois haverá uma influência muito forte do vento na estabilização do gimbal o que pode gerar erros ou danos.
Medição rápida do vento: uma forma de saber se o vento está forte ou não é segurar o drone na vertical (apontando a câmera pra baixo) a favor do vento e verificar o giro das hélices, quanto mais intenso for o giro isso significa que o vento está forte (funciona melhor com DJI Phantom 3 e 4).
Para fazer essa medição de resistência é usada a escala de Beaufort que classifica a velocidade dos ventos de 0 até 17 considerando a velocidade, como mostra a tabela abaixo:
Nível 0 | Calmo | menos de 1 km/h | Fumaça sobe na vertical |
Nível 1 | Aragem | 1 a 5km/h | Fumaça indica direção do vento |
Nível 2 | Brisa leve | 6 a 11 | As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar. |
Nível 3 | Brisa fraca | 12 a 19 | As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento |
Nível 4 | Brisa moderada | 20 a 28 | Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores |
Nível 5 | Brisa forte | 29 a 38 | Movimentação de grandes galhos e árvores pequenas |
Nível 6 | Vento fresco | 39 a 49 | Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto; assobio em fios de postes |
Nível 7 | Vento forte | 50 a 61 | Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento |
Nível 8 | Ventania | 62 a 74 | Quebram-se galhos de árvores; dificuldade em andar contra o vento; barcos permanecem nos portos |
Nível 9 | Ventania forte | 75 a 88 | Danos em árvores e pequenas construções; impossível andar contra o vento |
Nível 10 | Tempestade | 89 a 102 | Árvores arrancadas; danos estruturais em construções |
Nível 11 | Tempestade violenta | 103 a 117 | Estragos generalizados em construções |
Nível 12 | Furacão | acime de 117km/h | Estragos graves e generalizados em construções |
Fonte: comparardrones